sexta-feira, 4 de março de 2011

A DOENÇA...


“Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler...”

- A menina que roubava livros.

Eis que venho apresentar-me, quem sou eu? Bem, todos me conhecem por um nome temido, uma denominação um tanto sombria na opinião de alguns. Porém, sou bem falada por outros grupos e culturas que se encontram nesse plano. Não sou má como muitos pensam, apenas faço meu trabalho, ceifando e caminhando almas para seus determinados caminhos. O que acontece após a morte é algo um tanto amplo, algo que incumbiria uma biblioteca. Porém, não tenho tempo para narrar como isso funciona. Afinal, tenho muito trabalho a fazer, esta é a minha dura e dedicada ‘vida’. Vamos me deixar de lado, e seguir adiante no que vim fazer...

Estou aqui para contar a história de um garoto, um jovem que um tanto me atraiu. Sinto uma atração por ele, um magnetismo que me leva a observá-lo com meus olhos fundos e negros. Sempre procuro uma forma de estar ao seu lado e ver como prossegue em vida. Não sei o porquê, mas sempre paro e sento em algum local para analisá-lo com fascínio. Não sou dotada de sentimento, mas sinto uma grande paixão por como ele vive e segue os passos. Matthews é um garoto dotado de muitas dádivas e de um importante destino que pesa sobre seu corpo. Esta criança meche com grandes, e os mesmos temem como serão as futuras marchas do jovem. Há muito tempo o venho escoltado, mesmo antes de se tornar desperto. Sei o que ocorreu na infância dessa criança, e penso que muitas teriam tomados caminhos diferentes, por exemplo? ... A destruição!

Meu tempo esta acabando, terei de ser objetiva e clara no que vir falar. Desde o despertar, algo tem desgastado a saúde da criança de olhos rubros. Não sei de onde vem, ou a origem. Imagino muitas respostas para isso, talvez ‘grandes’ estejam querendo colocar palitinhos no destino desse garoto. Talvez seja de linhagem, ou até possa ser que o desperto tenha se colocado em alguma situação difícil após sua ascensão. Entretanto, algo o esta destruindo. Ainda não é à hora de levá-lo. Porém, antes mesmo do garoto ascender, algo dentro de si quase o levou a morte, naquele momento a qual o garoto segurava fortemente seu peito. Tive de intercalar e impedir algo acontecesse a ele, não somente por amor, mas também porque o seu relógio ainda não havia despertado. Quando toco um individuo, o mesmo leva consigo lembranças de um passado utópico, real, mas que não deixa de ser decorrido. .E assim foi que ocorreu com Matthews. Após examiná-lo, percebi que lembranças foram rasgadas, de uma forma divina, alguém colocou restrições na vida dessa criança. Algum segredo foi encoberto por espectros e escuridão jogadas nos sonhos do que admiro. Porém, tenho que fazer minha parte, que é observar e esperar o momento certo. Contudo, não admitirei que a vida dessa criança seja levada por ‘acidentes’ e moldagens daqueles que querem fazer da vida um jogo. Tenho um titulo, e irei seguir o meu paradigma.

Possuo uma grande curiosidade sobre que enfermidade o Matthews possui, esta além do meu conhecimento sublime. Já tive oportunidade de ver vários tipos de moléstias ocorridas. As mesmas foram acabadas diante das mãos dos próprios despertos ou divindades. Como a peste negra que vi ser degradada com todas suas descendentes, entre outros.

Uma vez entrei nos sonhos do órfão, e decidi por mim mesma verificar e analisar a doença. Por impulso fiz algo que me arrependi até os dias atuais. Eis que ao adentrar em uma capela sombria e moldada em prole, sobre uma noite obscura e vermelha, pude presenciar uma divindade com meus próprios olhos, esta possuía longos cabelos negros e se escondia sobre a face de uma mulher de aparência descomunal, que me paralisou. Seu olhar era vazio. Ela tocava uma harpa dourada que parecia parte da asa de um anjo, a qual soava sons afáveis e sombrios. Ao me olhar, disse:

- “Quem é que tenta invadir os sonhos da minha semente (sua voz era calma e pacífica a forma de dar calafrios)? Eis que sou a guardiã desse local e protetora da criança a qual ousaste a submergir a mente. Estas em meu território, um santuário a qual não és bem vinda. Terás tua punição, do cálice do sagrado nunca mais ousarás a invadir nenhum local sagrado, das chamas do apocalipse purifico teus olhos e tua alma, para que jamais afoite um paraíso”.

Apartar daquele momento, não consigo mais distinguir as cores que submergem a tellurian, vivo com uma faixa sobre meus olhos. Mas ainda sinto o cheiro da essência que vem da criança a qual nutro um entusiasmo. Sei que a divindade protegia algo, alguma coisa que se escondia sobre a sombra de suas asas. Também senti um aroma diferente naquele local. Sou uma especialista em doenças, e sei que o que está matando esta criança vem dentro dela. Algo suga a vida do órfão, e com o tempo, Matthews terá de aprender a vencer isto. Eu torço pelo jovem, ele não tem culpa do fardo que lhe foi submetido. Não sei como anda o paraíso, mas se eles acham que uma vida deve ser futuro de uma brincadeira, estão totalmente enganados. Meu padrão funciona apenas em observar, e assim farei até a chegada dos tempos difíceis. Contudo, impedirei que você morra antes da sua hora. Afinal, ninguém pode anteceder algo que a morte já escreveu no livro do acabamento.

“Matthews, no momento certo. Você terá de confrontar a escuridão que se esconde dentro do seu peito e daquele calabouço, desvendar o que se esconde dentro de si, e vencer seus medos. Assim, decidir qual será o destino do mundo... Ande, nunca desista, cada passo será mais árduo... não tenho idéia do seu futuro, mas sei que existirei até o dia que você se juntar ao pó da terra... torço para que sua recompensa seja da forma que você sonha, ao lado de sua mãe...”

“A partir de hoje, toda a vida desse garoto até o final de sua existência serão narradas mediantes minhas mãos... Mesmo cega, ainda tenho minhas habilidades inatas, e espero que você leitor, tenha toda a convicção do que esta lendo, pois, possa ser que sua morte esteja próxima, e peço que não se preocupe, estarei nas proximidades para lhe guiar até o seu verdadeiro caminho... O meu nome? Bem, fica ao seu critério como me chamar...”

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MEMÓRIAS PERDIDAS DE UM ÓRFÃO...



“O destino nunca teve compaixão com esse garoto... Matthews, mesmo tentado batalhar contra o destino e suas conseqüências, Percebeu que o mesmo não pode ser enganado. No profundo coração do jovem, ainda existem sentimentos de um infante. Mas, o tempo lhe trouxe feridas que não cicatrizaram. Ferimentos que o fizeram amadurecer muito rápido, quando na verdade, era para estar nutrindo emoções de uma criança.

Samuel ‘Sniper’, Eutanatos.

Sobre as ruas sujas e geladas de Los Angeles, é noite. Inverno rigoroso na cidade onde a circulação de pessoas é grande. Naquele dia, após um longo treinamento carregado, Samuel decidiu sair rumo à praça em busca de tranqüilidade e distrações com seu discípulo. Entre atrações e diversões, o Eutanatos percebeu que seu garoto não tinha preferências e encantamentos por coisas que crianças comuns tinham. Pensava o quão complicado era fazer Matthews abrir um sorriso de felicidade. Afinal, sempre procurou achar um meio de fazer, mas o garoto possuía princípios autistas. Após uma curta e comum noite sem sucesso. Ambos se dirigiam ao apartamento que pertencia ao Eutanatos. Nenhuma palavra era comentada, Matthews como sempre, vivia com as mãos dentre os bolsos da calça, olhar fixo abaixo, sem expressão, sem sentimentos.

Ao passarem por uma travessa, Samuel com pensamentos distantes, não percebe que o garoto some de sua vista. Este que repara o órfão agachado com foco ao que parece em alguma coisa. Uma curiosidade é despertada pelo desperto, que vai em direção até a cena. Percebe que a criança está a focalizar um filhote de cachorro, a qual se encontra esguio, aparentemente doente e com muita fome. O mestre percebe que os olhos de seu discípulo repercutem um brilho diferente. Mesmo não gerando nenhuma expressão, o Eutanatos sente uma impressão diferente vinda da criança. – Vamos Matthews. Está ficando tarde, temos muito a fazer amanhã, diz o Eutanatos. – O garoto se levanta, novamente coloca a mão sobre os bolsos, e de vista baixa segue rumo a morada com seu educador.

MADRUGADA... NO BECO, O FILHOTE QUE NÃO TEVE CULPA POR TER SURGIDO, ENCONTRA=SE DEITADO, GANINDO DE FORMA BAIXA, COMO SE ESTIVESSE IMPLORANDO POR ACOLHIMENTO, SEM ALMEJAR UMA VIDA CHEIA DE RIQUEZA OU ALGO DO TIPO, MAS CARINHO E AMIZADE. SERIA TÃO DIFÍCIL POSSUIR TERNURA DE UM DONO? A NEVE ENCOBRE O CÃO, QUE DEVIDO O ABATIMENTO, TORNA A OLHAR A RUA VAZIA E ESCURA ESPERANDO SEU ESGOTAMENTO. DE REPENTE, PERCEBE UMA SOMBRA SOBRE SEU CORPO, GIGANTESCA. SEM FORÇAS DEVIDO A FOME, NÃO CONSEGUE SE MOVER PARA OLHAR O INDIVÍDUO. A APARIÇÃO SE MOVE FRENTE AO FILHOTE, QUE PERCEBE OLHOS RUBROS, QUE COM AS MÃOS O SUSPENDE PELO DORSO. AGORA ESTA CAMINHANDO SEM AO MENOS SE MOVER. REAÇÃO? BALANÇAR O RABO COMO SE ESTIVESSE AGRADECENDO.

Alvorada, Samuel acorda e tem a sensação de estar sentindo um cheiro diferente no apartamento. Procura pelos cômodos onde estaria localizado o distinto odor Algo comparado a de um animal quando não toma banho, especificamente, cachorros. Entre partes da casa, percebe que o quarto de Matthews encontra-se fechado. Coloca o ouvido sobre a porta, e após alguns segundos, se retira da casa em passos sutis, seguindo um caminho a qual parece ser sem rumo.

Algumas horas após, o Órfão desperta com um barulho de batidas na porta. Deitado sobre o chão gelado do quarto, com um lençol jogado pelo chão. O filhote encontra-se na cama coberto por outra concha a qual parece ser mais grossa. O garoto assustado esconde o cão com o seu lençol, vai em direção a porta e sem deixar aberturas para a passagem de um individuo, mostra a cabeça. É o Eutanatos, que possui uma sacola. Nesta, é possível ver uma logomarca de um gato abraçado com um cachorro. O garoto torna a ficar desconfiado. Samuel fala: - Bem, faça logo o que você tem de fazer, porque hoje o dia será longo. E não pense que permitirei este animal em minha residência (seriedade...). O jovem pega o pacote e após fechar a porta. Tira do enrolo alguns itens como ração, vasilhas, ‘talco’, areia de fazer necessidades, uma bola de plástico, e por ultimo, um osso de brinquedo de cor amarela. Neste momento, o garoto percebe que o filhote esta por cima da cama. Ainda um pouco adoentado e parco. Entretanto, olha para a cara do mesmo, inclina a cabeça e faz uma expressão como se perguntasse: - É meu? – Sniper profere um grito chamando por Matthews, que deixa os objetos organizados no quarto e sai em pressas em direção ao seu mestre.

Após um longo e cansativo dia, ambos despertos voltam a residência. O garoto segue em direção ao quarto, e percebe o cachorro que parece estar numa situação melhor. O cansaço que o Órfão sente é extenso, o treinamento ocorrido naquele dia foi carregado. Após jantar e fazer suas necessidades diárias é hora de dormir e preparar-se para mais um cansativo dia. O infante prepara um local quente ao chão para o filhote, e decide dormir em sua cama. Ao fechar os olhos que se encontram pesados, sente algo peludo encostando-se em suas costas. Matthews joga o lençol sobre a criatura, e de forma cuidadosa, tornar a dormir...

“UMA CAPELA, A QUAL POSSUI UMA QUANTIDADE RELATIVA DE PESSOAS, UMA RESSONÂNCIA PURA É SENTIDA NO LOCAL. A FRENTE, É POSSIVEL VER UM CORAL DE CRIANÇAS QUE CANTAM. MAS NENHUM SOM É ESCUTADO. ENTRETANTO, A SENSAÇÃO É CONFORTANTE, SORRISO E ALEGRIA POR TODOS OS LADOS. NO CORO ENCONTRA-SE A GAROTA TRAVESSA QUE ATORMENTAVA MATTHEWS EM SEUS SONHOS, ELA OLHA PARA O GAROTO E MOSTRA SUA LINGUA, EM SEGUIDA, ABRE UM SORRISO SINCERO E CATIVANTE. PESSOAS SE APROXIMAM E BUSCAM ACARICIAR O BEBÊ. MATTHEWS SENTE-SE ALEGRE, UMA SENSAÇÃO ABSTRATA, MAS AO MESMO TEMPO REAL. AO OLHAR PARA CIMA, SEU CORAÇÃO BATE DE FORMA INTENSA. EIS QUE SE ENCONTRA SOBRE O COLO DE SUA GENETRIZ. DE FORMA AFETIVA, ELA BUSCA DAR UM BEIJO NA TESTA DO NENÉM. O ÓRFÃO SENTE QUE ABRIU UM SORRISO.”

Novamente alvorada, Samuel como sempre de rotina, acorda cedo, e percebe que não foi o primeiro a acordar na localidade. Escuta um latido do filhote que reside em sua casa, sente uma leve curiosidade. E espreitando-se, vai em direção ao quarto de seu discípulo. O Eutanatos ao chegar ao cômodo, tornar a tomar um susto. Seus óculos caiem ao ver algo que já havia desistido de contemplar. Seu aluno brincando com o cachorro, da face de Matthews, é possível perceber um tímido, mas sincero sorriso. Sniper não consegue tomar nenhuma atitude quanto ao fato, entra em um tipo de transe, até o garoto o perceber no dormitório. Matthews, desconfiado e em receio, abaixa a cabeça. Samuel diz: - Sabe, hoje tenho muitas coisas a fazer. Por isso, estará livre. Não pense que será perdoado. Amanhã, seu treinamento será em dobro. – Ao se retirar, antes de fechar a porta, o Eutanatos diz: - Sim, trate logo de escolher um nome para este filhote, o destino trata de seres que não tem identificação. – Quando a porta é fechada, um sorriso sutil é exaltado pelo mestre desperto, que assim se retira da residência, acreditando em seus pensamentos vivenciar novos dias.

É noite, Samuel retorna a residência. Com uma face cansada, expressando fadiga e sonolência. Entretanto, seu sorriso ainda não foi perdido, e com o mesmo vai em direção ao quarto do seu discípulo. Ao chegar, percebe que o garoto encontra-se dormindo, e o filhote ao seu lado. O Eutanatos, ao ver a cena, diz em baixo tom de voz: - É, acho que perdi muita coisa, mas é bom descansar, amanhã será outro dia longo, irei compensar o dia perdido (sorriso...). – Sniper puxa o lençol que se encontra ao seu lado, e o coloca sobre o garoto. Percebe que o cachorro o olha, abanando o rabo. O mestre coloca a mão por cima da cabeça do animal afetivamente. Faz um chiado almejando silêncio (Chii...). E se retira do dormitório sutilmente.

“UMA BRILHO É SENTIDO, A QUAL TENTA ULTRAPASSAR A PELÍCULA DOS OLHOS. AO ABRI-LOS, DE FORMA LENTA E TIMIDA. A BELA MULHER DE SEMBLANTE MATERNO É TIDA EM VISTA. OS OLHOS BRILHAM, O QUÃO BELO SERIA CONTEMPLAR AQUELA FACE. OS FEIXES DE LUZES PROCURAM CONTORNÁ-LA, TENTANDO AO MÁXIMO FOCALIZÁ-LA. A CRIANÇA PROCURA FALAR, MAS SENTE QUE NÃO É POSSIVEL. SUAS MÃOS PROCURAM ALCANÇAR O ROSTO DE SUA MÃE. AO PERCEBER, SUA GENETRIZ ENCOSTA O NARIZ E FAZ UM MOVIMENTO ENGRAÇADO. UMA ALEGRIA É SENTIDA PELO GAROTO. QUE PROCURA SOLTAR DE SUAS CORDAS A PALAVRA “MÃE”, - TALVEZ NÃO ESTEJA NA HORA – PENSA O MESMO. QUE A OBSERVA ADMIRADO. PESSOAS SE APROXIMAM E CONVERSAM COM SUA PROGENITORA, QUE SEMPRE PROCURA APRESENTAR SUA CRIANÇA A AMIGOS. MATTHEWS, VIRA SUA FACE, E PERCEBE AQUELA QUE SERIA SUA IRMÃ, DE OLHOS FECHADOS, CANTANDO E ENTOANDO COM O CORAL (MESMO NÃO ESCUTANDO NADA...), TÃO BELA QUANTO SUA GENETRIZ. DE REPENTE, UMA DOR NO PEITO É SENTIDA PELO BEBÊ. UMA JANELA, A QUAL SE ENCONTRA ESCURA, MESMO EM LUZ DO DIA. E SENTIDA UMA PRESENÇA, UM ASPECTO ATERRORIZANTE E APAVORANTE. MATTHEWS, NÃO SABE O QUE SE ENCONTRA NAQUELE LOCAL, MAS EXISTE ALGUÉM OS OBSERVANDO. ALGO NEGRO PROCURA PROFANAR UMA FORMA ROBUSTA E ASSOMBROSA. O GAROTO A QUAL NÃO CONSEGUE FALAR, PROCURAR EXPRESSAR AQUILO EM LÁGRIMAS E CHOROS. UMA CHORADEIRA AGONIZANTE QUE MOSTRA TEMÊNCIA E HORROR. UMA TENTATIVA DE MOSTRAR A SUA MÃE QUE ESTÃO EM PERIGO. REPENTINAMENTE, TODO O CENÁRIO SE ENCONTRA ADORMECIDO, PESSOAS PARADAS COMO SE FOSSEM ESTATUAS. O ÓRFÃO CHORA, SENTE FALTA DE PROTEÇÃO. E DA JANELA, UMA MÁCULA SE EXPANDE PELA IGREJA, TODO UM CENÁRIO DE LUZ, COMEÇA A SE TRANSMUTAR EM TREVAS. AS PAREDES COMEÇAM A ADERIR UM TOM NEGRO E MEFISTOFÉLICO. DA LUZ, COMEÇAM A EXISTIR SOMBRAS E TREVAS. O SOL É CONSUMIDO PELO ESCURO, E AS ESTATUAS DE ANJOS LACRIMEJAM SANGUE. PASSOS SÃO ESCUTADOS, UM DESESPERO CONSOME A CRIANÇA, DA FACE DE SUA PROGENITORA, LÁGRIMAS DE SANGUE ESCORREM, DE PRANTO E LAMENTAÇÃO. MATTHEWS, PERCEBE QUE ALGO SE APROXIMA, E COM ELE UMA SOMBRA FRIA E OBSCURA. ASAS ABREM DA SITUELA SOMBRIA, E ALGO COMPARADO A UMA ARMA É RETIRADA DA FORMA. A CRIANÇA SENTE AS MÃOS DE SUA GENETRIZ TENTAREM TOMAR ALGUM ESFORÇO, UM CÂNTICO É ENTOADO NA CAPELA. AQUELE MAJESTOSO CANTO QUE FAZ A CRIANÇA SE SENTIR CALMA E ALIVIADA. O ÓRFÃO SENTE UM LEVE SONO, PROCURA TENTAR FICAR ACORDADO, PROCURA ALGUM MEIO DE PROTEGER SUA MÃE. ELA OLHA PARA SEU BEBÊ, E ABRE UM SORRISO, AFETIVO E MATERNAL. ASSIM, O SEGURANDO FIRMENTE DE FORMA A PROTEGÊ-LO. ELA DIZ: - EU TE AMO E SEMPRE TE AMAREI, MEU BEBÊ. –... “SANGUE E ESCURIDÃO”.

Samuel acorda, como sempre de cotidiano, próximo ao sol despertar. O mestre sente algo diferente, como se algo estivesse estranho. Uma preocupação surge com seu discípulo. E rapidamente o Eutanatos se dirige até o quarto. Uma cena é observada, as mãos de Sniper tremem de forma descomunal. Matthews encontra-se encolhido, encostado na parede. Abraçando o filhote, a qual se percebe falecido. O mestre sente que Matthews de alguma forma quer chorar, mas o garoto se prende de uma forma que fica a soluçar. Como se todo o sentimento estivesse preso em seus pensamentos e subconsciente alheio. Lágrimas são notadas, mas a expressão do órfão continua a mesma. O garoto procura segurar o cadáver firmemente, não com as mãos de um assassino, mas sim, como se quisesse protegê-lo. O Eutanatos fica sem reação, se aproxima do garoto, que não o nota. Aproxima a mão sobre a cabeça do garoto, antes de tocá-lo, toma uma pausa. Samuel sai do quarto, de forma calma e comum, até fechar a porta. Na sala, Sniper aperta seu peito, como se estivesse sentindo uma dor no coração, a face expressa dor e agonia. O desperto vai em direção ao sofá, puxa um óculos. E se sai da casa, sem rumo. Nesse momento, nada é demonstrado por Samuel Sniper. Entretanto, algo incolor escorre de seu rosto, até ser levado pela atmosfera.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

NEW WORLD...




“O DESTINO;

Uma profecia? Visão? Ou apenas ‘sentimento de grandeza’?

Na verdade, uma parábola de vários caminhos;

A qual o meu, bem, se rebelou contra o meu ser;

Agora ao invés de luz, vejo trevas;

E assim será até o dia do juízo final.

Dean Winchester. Nefandus.

Matthews, entre as ruas e calçadas da cidade, se dirige até um bar conhecido como “Dream ou Nightmare?!”. Este, pertence à facção qual faz parte. Seu corpo ainda se encontra num estado anestesiado, uma sensação pesada que gera cansaço. Ao aproximar-se da localidade, ainda não tendo o boteco em vista, o garoto sente um cheiro de queimado, acelerando seus passos arrastados. Ao chegar ao ponto, assiste o mesmo em chamas. O recém desperto cai de joelhos sobre o chão, e observa seu lar sendo consumido pelo incêndio. De repente, um semblante é percebido próximo ao garoto. Matthews, sem pensar duas vezes, dirige golpes em torno da criatura. Este é um homem de roupas negras, cabelo cinzento e possui um óculos a qual não se torna coesivo ao horário. O individuo se livra facilmente de cada batida submetida pelo garoto. Sem ao menos parecer se esforçar. E ao abrir um sorriso, joga o garoto ao chão sem nenhuma chance de defesa. Assim falando:

- ESTAVA À SUA PROCURA, JOVEM. VEJO QUE JÁ É UM POUCO DESENVOLVIDO. MAS, AINDA TEM MUITO A APRENDER. VOCÊ TEM ARTOMENTADO MUITO MEUS SONHOS, E OLHE QUEM NEM AO MENOS ISTO FAZ PARTE DO MEU PARADIGMA. NÃO SOU SEU INIMIGO, MUITO PELO CONTRÁRIO, SOU A PESSOA QUE LHE MOSTRARÁ O ‘NOVO MUNDO’, UM MUNDO PRIVADO A DETERMINADAS PESSOAS, E VOCÊ FOI UMA DELAS. PARA UNS ESTA NOVA VISÃO É UMA DÁDIVA, PARA OUTROS UM CASTIGO. MAS, NÃO DEIXA DE SER DESIGUAL.

Após um tempo, onde o Eutanatos falava do ‘novo mundo’ com um de seus coturnos sobre a cabeça do garoto. Amigavelmente, Samuel se retira do apresamento e solta o órfão. Assim falando:

- SUAS MALAS ESTÃO PRONTAS (sorriso...), SABIA QUE VIRIA ATÉ ESTE LOCAL, ENTÃO TOMEI A LIBERDADE DE PREPARAR SUA VIAGEM. NÃO TENHO IDÉIA DE QUEM ESTÁ A SUA PROCURA, OU O QUE DESEJAM COM VOCÊ. SAIBA QUE NÃO FUI QUEM FIZ ISSO, MAS SINTO QUE QUEM FEZ ISTO A ESTE LOCAL TENHA SIDO AQUELA PESSOA QUE ESTAVA À SUA PROCURA. SEJA O QUE FOR, VOCÊ TERÁ DE APRENDER A ESCOLHER SEUS RUMOS, EU SEREI APENAS UM GUIA, ATÉ DETERMINADO PONTO. A RODA ELA GIRA PARA TODOS, E NÃO É VOCÊ QUE VAI ESPACAR DELA. POR FALAR NA RODA, ESTOU LHE ESPERANDO LA FORA, FAÇA LOGO O QUE TENHA DE FAZER (Num piscar de olhos, Samuel desparece...).

Matthews se impressiona com a forma que o individuo some sem ao menos uma chance de reação, não sabe ao certo o que fazer no momento, mas sente que o estranho ser é o seu único caminho. Ao reparar novamente o local, percebe que sua mochila se encontra próximo ao bar em chamas. Um barulho ao longe é escutado, seria a polícia, bombeiros? De forma ligeira, o garoto vai em direção a bolsa. Percebe que existe uma arma em cima da mochila, fica momentos em transe olhando para a pistola. – VOCÊ ESTÁ VIVO? Diz uma voz. – O garoto olha para o lado e percebe John, sobre o corpo, restos de madeira quebrada e cinzas do local. De relance, o garoto olha para o chão e percebe um objeto que em partes se esconde sobre a terra. Possui uma forma cruzada, uma ligação entre a peça e o desperto é sentida. Ele desenterra o item e percebe ser o terço que Denise levou consigo até sua morte. Nesse momento, uma sensação de observação é sentida. – Não estou sozinho, o garoto fala pensando em voz alta – John, em semblante temeroso, fala: - ME AJUDE MATTHEWS, POR FAVOR. – O garoto segura o terço firmemente, e o coloca sobre seu pescoço. Um sorriso modesto é expresso (Algo complexo de explicar, seria uma expressão gelada, mas que também possuía um profundo detalhe de conforto), Ele vira para o assassino, e de forma tranqüila diz:

- É AQUI QUE O DESTINO PÁRA SOBRE VOCÊ, TODOS SEUS PECADOS NÃO SERIAM PAGOS NESTE MOMENTO, POR ISSO, TENHO PENA DO QUE OCORRERÁ COM SUA ALMA. HOJE ACORDEI, DESPERTEI PARA UM NOVO MUNDO, FOI ME DADA A CHANCE DE REDIMIR TODOS MEUS PECADOS. CREIO QUE MESMO ASSIM NÃO SEREI PERDOADO. ENTÃO, LOGO ESTAREI COM VOCÊ JOHN. FRIO SERÁ NOSSO LAMENTO, MAS QUENTE SERÃ NOSSOS PESADELOS. ADEUS, MACULADO.

John se surpreende com as palavras geradas pelo jovem, quando visualiza seus olhos, um desespero é gerado na sua face e em sua alma, seria tão agonizante imaginar o que ocorreria naquele momento à frente. Em segundos, todas as crueldades e perversidades geradas pelo degenerado assassino são lembradas. O medo do inferno o faz sentir uma dor no peito, comparada a de uma faca enfiada sobre seu coração. A aparição de Denise ascende ao lado do garoto. A pele queimada, toda inocência e doçura de uma criança são encobertas por uma assombração tenebrosa e de aparência horripilante. John, sentindo uma dor confrontada a de um enfarto, profere um grito agonizante de pura e imaculada DOR e CULPA...

SILÊNCIO.

MARK E KATIE ESCUTA UM CHAMADO SOBRE UM INCÊNDIO NA RUA NEWTAWN Nº18, COMO ESTÃO PRÓXIMOS DO ACONTECIMENTO, AMBOS SE RETIRAM DO PONTO DE RONDA E VÃO ATÉ O LOCAL VERIFICAR E AJUDAR NO QUE FOR POSSÍVEL. AO CHEGAREM AO LOCAL, SE DEPARAM COM UM BAR, QUE ESTÁ PEGANDO FOGO EM FORMA DESCOMUNAL. O LUGAR É PREENCHIDO POR UM GRANDE VÁCUO, REALMENTE NÃO HÁ NINGUEM. MARK LIGA PARA O CORPO DE BOMBEIROS, ENQUANTO KATIE TORNA A INVESTIGAR O LOCAL E VER SE AINDA EXISTE VIDA. ENQUANTO MARK ESTÁ AO TELEFONE CONVERSANDO COM UMA ATENDENTE DE PLANTÃO, REPENTINAMENTE, ESCUTA GRITOS GERADOS POR SUA COMPANHEIRA. EM SUSTO, PUXA SUA GLOCK E CORRE EM DIREÇÃO AO LOCAL DO GRITO. AO CHEGAR A CENA, KATIE ENCONTRA-SE CHORANDO ENCOLHIDA NO CHÃO. MARK A ABRAÇA E PERGUNTA O QUE HOUVE. ATÉ SE DEPARAR COM UM INDIVÍDUO DE MARCAS EM TODO SEU CORPO, SINAIS FORAM RASGADOS POR UMA FACA QUE APARENTEMENTE SE ENCONTRA NA MÃO ESQUERDA DO CADÁVER, É POSSIVEL ENTENDER PALAVRAS COMO “LUXÚRIA, ESTUPRO, ASSASSINATO”. NA OUTRA MÃO, É ENCONTRADA UMA PISTOLA, POSSIVELMENTE A ARMA SERIA O MOTIVO DE A CABEÇA ESTAR EM RETALHOS.

ABRIR OS OLHOS...


E assim, Deus criou os céus e a terra;

... A terra era vazia, havia trevas sobre a face do abismo;

Até Deus falar: QUE HAJA LUZ!

- Gênesis, 1;2

364 DIAS... APÓS COMA...

“Sinto um cheiro diferente, um aroma artificial. Meu corpo antes leve, agora esta carregado. Que barulho é esse? (máquina hospitalar...) Um forte brilho branco tenta ultrapassar a película que protege meus olhos (começa a abrir os olhos de forma clarividente).”

O recém desperto encontra-se num quarto de hospital, sobre seu corpo passagens que levam a um recipiente que possui um líquido transparente. O jovem aos poucos tenta abrir os olhos, não seria fácil adaptar-se a um brilho incandescente após tantos dias em completa escuridão e sonhos. Com um grande esforço, consegue adequar-se ao contraste do local, e se depara sobre a acomodação. Através da porta do cômodo, a qual se encontra aberta. É notável uma grande movimentação na área, pessoas compostas por jalecos brancos não notam o despertar do garoto. Um tanto estranho, já que estão nas proximidades. Por impulso, Matthews tira dois plug-ins que se encontram presos aos seus pulsos. Nesse momento, ele nota as marcas desconhecidas que foram estampadas sobre seu corpo (e sente uma leve dor aguda, ao lembrar-se de como foram dolorosas...), passando a mão sobre elas, tenta por um momento decifrar o que seria aquilo, mas sente uma ligeira dor na cabeça, talvez conseqüência do sopor. Afinal, não tinha noção de quanto tempo havia ficado inconsciente no local. - Repentinamente, uma voz flui sobre seus pensamentos: “Esta na hora de sair. Garoto, venha a minha procura”... (sorriso...). – Matthews, adota em sua fisionomia uma expressão de alarme. – Vai continuar inativo? Você não tem muito tempo para sair, eles estão a sua procura. E presumo que já estejam próximos (novamente um sorriso). – Um arrepio assola entre as espinhas do garoto, sobre a vista que possui do corredor, nota um individuo alto, de forma robusta, que possui cabelos castanho-claros estendidos até seus ombros. Em vestimentas, possui uma sobreveste de couro marrom puxado a um avermelhado polido. De forma explicita, é notável um crucifixo cor de prata amplo pendurado na garganta que brilha de forma excessiva. Matthews, em situações não muito favoráveis (uma leve dor de cabeça é sentida desde que acordou, mal consegue sentir seus pés sobre o chão frio do local...) prontamente dirigi-se em direção numa janela que se encontra deserta. Antes de sair, escuta uma voz falando: “Sim padre, existe um garoto deste perfil, se encontra neste quarto ao lado.” – O jovem não pensa duas vezes, e sobre a vidraça submete uma escalada complexa, que devido a sua situação física, é levado a uma queda propensa, sobre um gramado médio, na parte dos fundos do hospital. Tendo em vista o céu, Matthews percebe que o sol esta se pondo, por impulso, decide desconsiderar a voz escutada a pouco, e seguir direção ao ponto de encontro do grupo a qual faz parte.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DESPERTAR...





“Do trigo que é enterrado no chão;

Onde é escondido, é levado pelo deus do submundo;

Germina na primavera;

Iluminado pela luz do dia.”

- Sofia Amundsen, Coro Celestial.

Uma capela, ao qual parece abandonada; onde em vista da janela de cores e detalhes incomuns (a qual tentam mostrar o que seriam representações de anjos/demônios), é possível ver um céu pesado, acinzentado e sombrio. Não existe sol, e nem ao menos lua, apenas atmosfera nebulosa. O cenário é envolvido por tons escória, a criança desperta não sabe, mais o vermelho dos seus olhos (cor que se confronta a gradação do sangue...) consegue perfurar a película das tonalidades do santuário. O templo é composto por bancos de madeira de dureza comparados a de uma pedra. Não se escuta nada, mas a impressões de vultos, seguida por uma sensação de observação (... algo me espreita afora?). À frente e de enfoco na igreja, uma grande cruz, que se encontra inclinada, nela não existe algum tipo de santo martirizado em termos simbólicos. Mas, existem grafias que não são compreendidas por qualquer adormecido comum. Sobre as sombras do crucifixo, pode-se notar uma grade, em forma de arco, suas barras se encontram enferrujadas, possuem formas arcaicas. Uma placa torna-se notável em meio ao portão, nela também existe algo escrito. De complexa compreensão.

Próximo ao grande pedestal, o jovem encontra-se sentado e contraído. Não mostra nenhuma reação, parece estar num transe silente e profundo, de cabeça recuada procura seus pensamentos, no entanto, só encontra o abismo... Perdido e muito distante do que seria o concreto.

DE REPENTE...

Todo o contraste resquício passa a ter tons vermelhos encarnados. Ao garoto não é perceptível, mas o céu começa a extrair suas obscuridades, as nuvens começam a conceder espaço a algo esférico. Um tanto completa, contemplada no horizonte. Os feixes emitidos de sua ressonância trazem um encontro de cores desconcertantes, nunca vistas em mundo real. Sobre a sombra da criança, asas se conectam como se completassem sua pessoa. Do portão imenso do templo, são escutados passos suaves e delicados, que se dirigem até o garoto. As linhas de claridade emitidas pela lua desvendam uma silueta feminina, de cabelos longos, e grandes asas confrontadas a de um anjo. A figura de aparência esplêndida (uma beleza que excede o limite da criatividade humana...), se mostra como uma mulher de cabelos negros que aprontam sobre sua base, face pálida e expressão fria, dotada de contornos invejáveis. Composta por um vestido de cor negra, ao qual nem a mais grandiosa fortuna poderia adquirir. Aos poucos, a divina figura se aproxima do infante. Ao se justapor, o acolhe com as mãos torneadas por uma grande frieza. Seus lábios apõem a orelha do garoto (ao qual ainda se encontra de cabeça acuada, com um olhar vazio, fixado ao chão em cerâmicas que conectam formas cruzadas) e em palavras delicadas dizem:

“MINHA CRIANÇA, QUANTO TEMPO ATÉ PODER TE ENCONTRAR. ESTAVAS MUITO TEMPO ENTERRADO, E AGORA AO PARAÍSO SUBISTE. TU ÉS DA FORMA QUE IMAGINAVA, TUA BELEZA É O SEMBLANTE DO QUE EU SOU. SEUS OLHOS, SÃO HÁ DADIVA DA VIDA, O VAZIO QUE SUMCUBE TEUS PENSAMENTOS, SÃO APENAS VISLUMBRES DO QUE A TERRA QUER QUE VOCÊ SEJA, EM CARNE... DEUS TE FEZ HUMANO, MAS EM ESPIRITO, ÉS MAIS DO QUE SIMPLESMENTE UM MORTAL. O DESTINO TI TROUXE ATÉ MIM, DO MEU VENTRE GERMINASTE, E ÉS A PLANTA QUE MUDARÁ O MUNDO. ESTE É O SEU PARAISO, OU MELHOR, ESTE É O ‘NOSSO PARAÍSO’. SINTA A BELEZA DA ATMOSFERA QUE RESPIRAMOS. O SOAR DOS PASSÁROS E O AROMA DAS FLORES DO CAMPO ILUMINADAS PELA BRILHO DO NOSSO ‘SOL’.”

Matthews, não pensava... Não sentia... Aquela mulher simplesmente era a representação de uma divindade, mas seu abraço era frio, triste, e o amor dela em sua imaginação era abstrato. Enquanto tentava encaixar suas reflexões... A diva tornou-se a falar:

“SEI O QUE PENSAS, OU QUE TENTAS REFLETIR, MAS NÃO SE PREOCUPE MINHA PEQUENA SEMENTE, AINDA TERÁS MUITO QUE CRESCER, E AINDA SABERÁS MUITO SOBRE MIM, SOBRE VOCÊ. SEI QUE O QUE EXISTE ATRÁS DESTE PEDESTAL LHE TRÁS CURIOSIDADE, UMA ATRAÇÃO INVESTIDA... AQUILO É O SEU FUTURO. O QUE VOCÊ ‘FOI’, E ‘SERÁ’... O DESTINO COSTUROU EM FIOS DE OURO SEU FUTURO, E O MESMO SERÁ LINDO. COMO SUA TUTORA, TENHO A RESPONSABILIDADE DE TI PROTEGER, E ASSIM SERÁ. SEREI SEMPRE BOA CONTIGO, E EIS O MEU PRIMEIRO PRESENTE (... Ela levanta a face do garoto...), OLHE E COMTEMPLE, O ‘PERDÃO’ – SOBRE UM DOS BANCOS, MAIS AFASTADOS DO QUE SERIA O CENTRO DO ACONTECIMENTO. NOTA-SE UM BARULHO, O QUE PARECE SER UM TIPO DE ORAÇÃO; UMA ENTONAÇÃO CALMA E PACIFICA, O QUE MOSTRA INGENUIDADE E ‘PAZ’. – MATTHEWS, REPENTINAMENTE TORNA A EXPRESSAR EM SUA FACE SUSTO E CURIOSIDADE (Essa oração é familiar...), E SE LEVANTA EM DIREÇÃO AO LOCAL ONDE É ESCUTADO OS CÂNTICOS. ELE PUXA DE SEU BOLSO O CRUCIFIXO (...Sim, aquele...), E O SEGURA FIRME. AO APROXIRMA-SE, SE VÊ DE FRENTE COM AQUELA GAROTA, A QUAL TEVE SEU DESTINO PARADO POR MERO CAPRICHO DO MESMO, SERIA ELA O COMEÇO DE UMA DIREÇÃO FRIA E CHEIA DE SANGUE NA VIDA DO DESPERTO. ENTRETANTO, O PESO DA PRIMEIRA VIDA INOCENTE QUE FOI MELADA POR SUAS PRÓPRIAS MÃOS. AO VÊ-LA, DE SUA FACE ESCORRE UMA LÁGRIMA, MESMO COM SEUS SENTIMENTOS FECHADOS. DENISE, SE ENCONTRA COM OS OLHOS FECHADOS, A MESMA DEMONSTRAÇÃO ANTES DE SUA EXTINÇÃO. ELA LEVANTA SUA FACE, E AO OLHAR PARA O SEU ASSASSINO, ABRE O ‘ANTIGO’ PURO E SINCERO SORRISO. ELE A ABRAÇA, FIRME. COMO O TERÇO QUE SE ENCONTRA EM SUAS MÃOS.”

Olhando a cena, sem ao menos torna-se a movimentar uma parte de seu rosto. O anjo rebaixa suas asas e diz:

“ELA ESTA PRESA A ESTE MUNDO, FOI FRUTO DO PECADO DOS MESMOS QUE LHE TORNARAM ASSIM. EIS QUE CRIANÇAS POSSUEM SEU LUGAR GRAVADO NAS PEDRAS DO EDÉN. MAS ESTA, FOI LEVADA A UM TRAUMA PSICOLÓGICO TÃO AMPLO. QUE AS CORRENTES DO SUBMUNDO A TRANCARAM AQUI NESTE CONFINO QUE VOCÊS CHAMAM DE TERRA. UMA DEMANDA LHE FOI CONCEDIDA PELO NOSSO SENHOR E PASTOR DO PARAÍSO, A ‘SALVAÇÃO’. A ALMA DESSA GAROTA PRECISA SER LEVADA AO CÉU, E VOCÊ TEM ESSA MISSÃO. SAIBA FAZÊ-LA COM SABEDORIA, E PUNA COM A PONTA DE SUA ESPADA AQUELES QUE DEVERÃO QUEIMAR E CAIR NO MARMÓRE DO INFERNO...” – ELA ESTA CONOSCO, MAS TODAS AS CAUSAS POSSUEM UMA CONSEQUÊNCIA... – INTUITIVAMENTE, AO OLHAR ACIMA, O GAROTO REPARA POR UMA SUPERFICICE REFLETORA QUE A GAROTA POSSUI MARCAS QUE LEMBRAM QUEIMADURAS SOBRE O CORPO. O CELESTIAL DIZ: - SÃO MARCAS DA CONSEQUÊNCIA QUE ELA TEVE DE PASSAR PARA CHEGAR ATÉ VOCÊ, MINHA CRIANÇA. E SÃO SINAIS QUE ELA TERÁ DE CARREGAR ATÉ O DIA DA SUA PURIFICAÇÃO.

De repente, Denise se desfragmenta de forma a torna-se areia. – Não se preocupe, a partir de hoje, ela estará ao seu lado, confiando a alma e esperança a você, diz o anjo que retorna a falar – AGORA, VOCÊ DESPERTOU PARA UM NOVO MUNDO, AS COISAS NÃO SERÃO COMO ERAM DE ROTINA. SUA VIDA PASSARÁ POR VÁRIAS ETAPAS E POR ESTAS, MUITOS HORIZONTES. VOCÊ É A MELHOR OVELHA DO MEU PASTORIL, UM DEFENSOR POR NATUREZA, MAS TERA DE LEMBRAR QUE A RODA DA VIDA É COMPLEXA, AS LINHAS DO DESTINO E AREIA DO TEMPO TRAÇAM SUAS RETAS DE FORMA LONGA, MAS OBJETIVA. PORTANTO, COMO PROFECIA, DIGO QUE SEU CAMINHO SERÁ COMPOSTO POR MUITOS ESPINHOS. E QUE NO MOMENTO CERTO, DESCOBRIRÁ O QUE REALMENTE É, E O PORQUÊ DE TER NASCIDO. O QUE REALMENTE EXSITE ‘DENTRO DE VOCÊ’, É O QUE VOCÊ DESCOBRIRÁ NAQUELE CALABOUÇO ABANDONADO E SOMBRIO.

A divindade aproxima-se do garoto, segura sua face e fita seus olhos. Ele percebe que os olhos dela são negros, um escuro vazio e sem ao menos um traço de interpretação. – ESTE É O ‘SOPRO DO DESPERTAR’, BOM RUMO EM SEUS CAMINHOS, MINHA SEMENTE, diz o anjo que aproxima os lábios aos do garoto. – Uma enorme DOR é sentida sobre a pele do desperto (algo de comparação como sua pele estivesse sendo costurada por uma máquina de costura...), gritos agonizantes são expandidos sobre todo o local. E os feixes avermelhados lentamente começam a se ocultar. Ao olhar acima, Matthews percebe que o céu começa a esconder a lua. Ao mesmo tempo, partes do celestial tornam-se penas negras iluminadas sobre o remanescente luar crepúsculoso e sanguíneo. Os gritos de Matthews, tornam-se mais agonizantes e dolorosos. Antes de se retirar sobre as sombras, o anjo diz = “TODAS ESTAS ESCRITAS E SÍMBOLOS SÃO MANIFESTAÇÕES DO SEU CRUEL E MANIFESTO DESTINO. ESSA DOR NÃO SERÁ NADA AO QUE AINDA PASSARÁ SOBRE SEU CÍRCULO. SUA COROA, SÃO DE ESPINHOS GERMINADOS NO SUBMUNDO ONDE SÓ OS DEMÕNIOS POSSUEM ACESSO. E SUA CRUZ, SERÁ CRAVADA SOBRE UM DESERTO DE FOGO, AONDE NÃO HAVERÁ ESPERANÇA, SOMENTE SANGUE E MORTE!”

sábado, 12 de fevereiro de 2011

ENCRUZILHADA....


SETE ANOS DEPOIS...

“Chuvas seguidas de estrondosos relâmpagos tornavam o céu daquela noite pesada. Os ventos eram fortes, firmes e violentos, através da janela era possível ter uma vista vazia da cidade onde o jovem se situava... Um local que para todos seria hostil, entretanto comum. Mas que o destino plantaria suas sementes de forma a abraçar aqueles a quem abençoaria/amaldiçoaria...”

A cidade estava em silêncio, era noite. Turno onde todas as pessoas (ou grande maioria...) procuravam seus abrigos em busca de descanso e proteção diante dos constantes perigos situados na localidade.

Matthews não sabia o porquê, mas toda chuva que descia do céu, lhe trazia uma sensação esquisita, a qual sentimentos não eram possíveis explicar, nem lembranças. Porém, de forma impulsiva, procurava ir de encontro à precipitação, e passava horas olhando para o céu escuro e cinzento. Naquele dia não seria diferente, abriu a janela e se dirigiu até a escada de incêndio que estava um pouco enferrujada e cheia de lodo. Sentou-se sobre a mesma, e tornou a olhar a atmosfera. Pensamentos não fluíam, simplesmente aquele momento o fazia ficar em transe, forçava suas lembranças ao máximo em busca de explicações, mas simplesmente todas eram abandonadas. Sobre a rua passava uma mulher, protegida sobre uma composta roupa de couro preta, e um guarda chuva transparente. Ele tornou a fitá-la, enquanto ela aparentava estar em duvida sobre qual caminho escolher. O beco hostil, mas que se tornaria por si um atalho rumo ao seu lar. Ou, seguir rumo à calçada, a qual se encontrava abarrotada de lama. Não demorou muito, e o seu caminho foi o oponente, porém mais rápido. O jovem reparando a cena puxou do bolso de sua calça um terço, com um crucifixo de madeira a qual ainda aparentava estar conversado. Já fazia muito tempo, mas o objeto tomou toda a atenção do garoto, a qual pensava como aquilo poderia gerar tanta fé mediante um momento de horror. Até segurar no crucifixo, e lembrar-se da face da criança em lágrimas circulada por morte e dor. Terry e John haviam saído havia algumas horas, ambos foram resolver problemas do “superior”, e como segundo Terry seria algo de extrema facilidade, decidiu dar ao discípulo uma noite de descanso. Mas já deixando o mesmo ciente de que o outro dia haveria de nascer um sol em sangue.

Repentinamente, da travessa escuta-se um grito. Ao olhar, Matthews repara a mulher cercada por dois indivíduos, difíceis de definir detalhes, já que o local encontrava-se sobre um escuro vazio. Um dos ladrões tentava puxar a bolsa da dama, enquanto o outro a agarrando puxava em direção a parede. Não demorando muito, seu grito de socorro aos poucos estava sendo abafado pela sufocação que um dos sujeitos lhe causava. Aquela cena estacionava os olhos do jovem, que segurou o terço firmemente paralisado, e sem expectativas do que iria acontecer, começou a observar o acontecimento. Enquanto visualizava o que ocorria, pensava o quão expressivo era o sofrimento e desespero da mulher, percebeu que nela era possível encontrar belos traços, mas que os mesmos eram obstruídos pelas faces violentas dos cruéis pecadores. Toda esperança em lutar pela sobrevivência da garota era perdida, e cada vez mais, era possível sentir o cheiro da macula e luxuria gerada pelos devassos que se expandia.

“Pensamentos vagamente são transpassados... POR QUE ELA RESISTE?... O DESTINO FOI PEVERSO, LHE FEZ ESCOLHER ESTE LOCAL... NÃO EXISTE ESPERANÇA, A FÉ É ALGO APENAS ABSTRATO...”

Em desespero, por um instante a mulher olha para a escada, e de alguma forma , olha para o local onde o adolescente se encontra. Ele, assustado, fixa a imagem dos olhos da garota em lágrimas que sobre uma expressão diz – SOCORRO! – Matthews, segura seu peito com uma dor que não é sentida fisicamente, mas sim psicologicamente.

“VISÃO: Um dia de chuva, um parque, um guarda-chuva de estampas floridas, e um sorriso vivo e brilhante. Uma garotinha segurando uma criança e uma mulher apoiando a sombrinha sobre ambos... Um homem, a olhar com um sorriso satisfatório e contemplador... Indo em direção...”

A visão é fechada, uma pontada na cabeça do garoto é sentida (ele não percebe, mas marcas são desenhadas lentamente em seu corpo). Quando ele olha novamente para a cena apavorante. Desce em pressas rumo ao local. Com um salto, cai em cima de um dos bandidos, e o mesmo sente sua cara sendo chocada com o chão. Uma briga é travada, até o desmaio do primeiro saqueador. Quando o garoto se dirige até o comparsa, seus olhos vermelhos sedentos por sangue trazem um verdadeiro medo interior ao individuo, que puxa uma arma e coloca sobre a cabeça da garota. O jovem corre em direção ao maculado de forma destrutiva, e sente algo frio perfurar seu peito. Continua a correr, e sente que novamente algo lhe perfura, agora em seu ombro. Sobre o segundo tiro é forçado a se ajoelhar no chão, toda vista ao seu redor é contorcida, se fixando nos olhos da garota, percebe que ela o olha de forma diferente. Toda a esperança que ela havia perdido havia retornado naquele momento, e com um grito de “socorro” faz com que o bandido a empurre e saia correndo em desespero. A garota corre em direção ao garoto, que amedrontada grita por socorro o mais alto possível...

“MATTHEWS, DEITADO DE COSTAS AO CHÃO, OLHA FIXAMENTE O CÉU; O QUAL AINDA MUITO ESCURO, NÃO APARENTA ESTAR PRÓXIMO DE PARAR SEU DILÚVIO. SUA DOR NA CABEÇA JÁ NÃO É MAIS SENTIDA, NÃO É POSSIVEL SE ESCUTAR MAIS NADA, NEM AO MENOS O BARULHO DA CHUVA. MAS POSSIVEL SENTIR AS GOTAS QUE TOCAM SUA PELE, NÃO SENTE FRIO OU CALOR, SUA VISTA. AOS POUCOS, COMEÇA A ESCURECER, E DOS SEUS PENSAMENTOS, RESTAM LEMBRANÇAS FORÇADAS DAQUELA CENA NA CHUVA...”

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ÍNICIO....













Sobre o céu nublado e cinzento, a úmida corrente de ar esfria com o seu sopro o tempo que começa a sentir o principio da precipitação da água em pequenas gotículas, evento conhecido como chuva...

Entre os becos das ruas de Los Angeles, se encontra um partido, tal facção age como “caçadores de recompensas “. Normalmente coagindo a mando de grandes “chefes da rotina”, em busca de pessoas ao quais devem pagar suas dividas. A principio e ao mesmo tempo em termino, a punição aos negligentes sucumbe à morte. Antes de passar a sofrer este triste fim, um severo castigo psicológico, O “pecador” deve ser o ultimo a morrer. Antes, deve presenciar o castigo de seus atos sendo carregados em sua família. Podemos dizer que em cenas como essas do cotidiano de um caçador, buscar um pouco de suas gratificações através de garotas inocentes acaba por si tornando-se uma rotina comum.

Esta é a casa dos “The Ackles”, vivem nela o senhor Alan e Livia Ackles, e suas filhas, Denise e Kate. O pecado do senhor Ackles? Simplesmente ter pedido um empréstimo ao grande gerenciador da máfia apenas conhecido como “The Shadown”. Raros tiveram a oportunidade de ver o rosto, mas o fim dele você saberá mais tarde... – Seria simples dizer que o senhor Alan já possuía todo o dinheiro para pagar suas dividas, mas o problema foi ser ingênuo ao ponto de não imaginar que seus juros em pouco tempo triplicariam de forma célere. Antes uma casa alegre e pacifica, agora uma atmosfera de puro terror e pesadelo. A senhora Ackles já foi a primeira a ter o seu fenecimento, ter levado dois tiros em cada um de seus joelhos, e cinco na cabeça, tornou-a uma das vitimas que chegou menos a sofrer.Sobre os cômodos, um ao qual seria o da pequena Kate de apenas 15 anos, só se ouve um desesperado choro e gritos angustiantes. O senhor Ackles se encontra na cozinha, amarrado sobre fitas grossas e uma corrente de que haviam encontrado na escada de incêndio. Este não pode falar por causa do pano que lhe colocaram na boca, mas sua face demonstra toda a dor que sente ao ver sua mulher com a cabeça ensangüentada sobre seu ombro, e ouvir sua filha sendo abusada sem poder fazer nada. No seu outro lado, a pequena Denise de apenas 4 anos se encontra com a cabeça baixa, um terço em suas mãos, onde no fim é possível perceber um pequeno crucifixo de madeira. É possível sentir toda sua ingenuidade, principalmente pelo fato da pequena estar rezando os cânticos que seu pai pediu antes que lhe colocassem o trapo na boca.

No quarto já não se ouve mais nada, a cozinha se encontra sobre um breve silêncio, foram encaminhados a esta “terrível brincadeira” os piores caóticos entre os caçadores, John e Terry. E o próprio Terry volta do quarto levantando o zíper e com um sorriso sarcástico que se encontra de ponta a ponta de sua orelha. John olha nos olhos do violentador, e entre um breve sinal de olhares entre ambos o mesmo se levanta. Até chegar em direção ao pai de família. Em seguida, puxa uma arma que se encontrava em baixo de sua jaqueta jeans. Do bolso da calça puxa um silenciador, após o encaixe, coloca o cano frio sobre a cabeça do senhor e diz:

- Bem, você já padeceu bastante, até outra vida, camarada!

Do senhor Ackles só sobraram às lágrimas misturadas ao sangue que começa a escorrer de seu rosto.

Ambos assassinos novamente trocam olhares, e como uma conexão entre mentes, visualizam a inocente garotinha.

Terry olha para um de seus capangas e diz:

- Traga o guri, vamos testá-lo!

Logo o infeliz seguidor abre um sorriso macabro, e sai correndo em direção a saída. Alguns minutos depois, ele volta e trás uma criança consigo. A mesma se encontra de cabeça baixa, o cabelo encobre a face, sua roupa é simples, sobre o seu corpo, é possível encontrar várias cicatrizes e marcas que ainda parecem ser recentes.

Terry chega em direção ao garoto, levanta uma de suas mãos e coloca a mesma pistola que havia usado a pouco. Chega próximo ao ouvido e diz:

- Esse vai ser o seu primeiro assassinato, saiba fazê-lo com prazer!

A pequena e inocente ainda se encontra de olhos fechados rezando para o seu senhor protetor e justiceiro (...TODOS ALMEIJAM MILAGRES...). O pequeno guri se aproxima da garota ainda com a cabeça baixa e sem nenhum algum tipo de movimento a qual pareça violento. Denise sente algo se aproximar, por sua ingênua curiosidade, decide levantar a cabeça. Até se deparar com o garoto, assim, abre um puro e sincero sorriso.


“A mente do garoto ainda imaculado se encontra sobre um longo vazio, não é possível sentir lembranças ou sentimentos. Sua memória não atinge nada a não serem momentos daquele presente difícil de interpretar. Sua reflexão, era de que não sabia o que aquilo representava. A alguns dias havia tido sonhos, com uma bela mulher que soprava sons suaves sobre seus ouvidos, esta ilusão que via quando dormia parecia um tanto real mas ao mesmo tempo era inibida por uma nevoa negra e contorcida que o impedia de sentir sensações e prazeres daquele momento. De repente, toda aquela ilusão tornava-se um mundo obscuro e sangrento em volta da mulher que lhe tentava dizer algo... Isto era o que ele conhecia sobre si, o resto... Simplesmente vácuo...”

O tempo na cozinha parece ter sido contorcido pela atmosfera do local, Mathews olha para a arma e levanta a cabeça com uma sensação estranha em seu peito, a cada centímetro que seu olhar se vaga em direção da garota, ele sente náuseas e um tontura que faz com que o local fique em duplicidade. Quando o menino levanta a cabeça e fita os olhos da infante, ambas trocas de olhares a pequena depara olhos vermelhos que a fazem abaixar a cabeça após um arrepio interior. Um medo extremo atinge seu coração, até deixar cair o terço e perder toda a fé que possuía, e se deparar com seus pais mortos ao seu lado. De forma imediata, sua primeira reação é um longo e amedrontado choro, misturado com um pouco de dor e angustia. Os miseráveis sanguinolentos olham para o garoto esperando alguma atitude breve... O tempo passa...

... Entre lágrimas e desespero, um silêncio!